sábado, 2 de outubro de 2010

Meu Quarto, meu lar.
Estava com saudade de minhas paredes rabiscadas, minhas escrivaninhas entupidas de brinquedos, minha tevê, minha cama bagunçada. Enfim de tudo o que um quarto de adolescente tem, gostava de quando mamãe mandava arrumar o quarto e eu jogava tudo para debaixo da cama, gostava quando escondia certas coisas para ninguém achar;
Recordo-me que quando iria deitar em minha cama eu ficava olhando para o teto de meu quarto, onde estavam meus maiores segredos e minhas melhores historias. Lá foi onde passei a grande parte de minha vida naquela casa, enorme. Mesmo o quatro não sendo enorme era como um lar, um paraíso para mim.
Quando eu olhava o teto era como se ele e as paredes de meu quarto transmitissem um flashback, onde eu via todos meus erros e meus acertos, como se eu visse os lugares que eu passei que eu vivi em detalhes, onde tudo que parece ser nunca é.
As paredes mofadas, cansadas prefiro dizer onde elas cansaram de ouvir meus pensamentos, onde eu tentava cada dia ironizar as tradições, onde eu tentava fazer com que as regras do mundo e de meus pais fossem contrariadas com as minhas, eu literalmente tentava as contrariar, afinal certas coisas erradas são tão bom fazer quanto as certas. Minha mente ia cada dia mais longe, ela ia tentando  encontrar uma IDEOLOGIA onde um mundo segue apenas regras não segue diversão e alegria.
Por isso sempre gostei dos detalhes, pois entre eles estão à verdade e mentira basta você saber qual delas é de absoluta certeza, o que eu faço todas as noites, relembro de cada detalhe de minha adolescência.


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